domingo, 24 de outubro de 2010

Sobre o perdão...

   Me ensinaram que o perdão é uma escolha e eu realmente acredito nisso. Não sei quanto a vocês, mas para mim muitas vezes é difícil fazer essa escolha. Fico com uma vontade dentro de mim que a pessoa sofra tanto quanto eu (sim eu sou uma pessoa ruim, prazer). Às vezes não... dependendo do que aconteceu e com quem, o perdão vem fácil. O pior é que ultimamente tenho tido muitos motivos para escolher perdoar as pessoas. Sabe tempos de "zica"? E é uma atrás da outra.
   Dá uma vontade de chegar para as pessoas e dizer "Você fez isso, isso e isso pra mim. Você errou por isso e aquilo. Você é uma pessoa ruim, de coração ruim que só faz mal aos outros! E agora que está ciente de tudo, vá sofrer tanto quanto eu, depois eu te perdoo." É isso que eu queria, que as pessoas que me fizessem mal sentissem o que eu estou sentindo e em tempos de zica, você vai ficando cada vez mais sensível e daí que parece que você sofre mais ainda!
   O problema é que toda essa vontade é o meu lado humano gritando por justiça humana! Justiça com as próprias mãos. E esse meu lado humano grita tanto, grita todo dia, a todo momento querendo apagar aquele lado que eu deixei o Espírito Santo habitar e esquece que alguém já sentiu a minha dor. Esquece que a justiça de Deus é perfeita e não consegue esperar por ela.
   Na verdade eu acho que a teoria esta "ok" na minha cabeça. Mas a prática, quando o sangue ferve e a ferida aperta é bem mais difícil. E sem falar que provavelmente eu já causei muita dor para alguém e ainda vou causar outras vezes. Em tempos de zica fica mais fácil ainda causar dores as outros, porque você acaba descontando no primeiro que der bobeira! E daí você além de perdoar os que te machucaram você tem que ser humilde e pedir perdão. Aí haja Espírito Santo para agir nesse coração ruim! Escolher perdoar e quebrar o orgulho para pedir perdão... ahhhh não! Canseira hein!
   Enfim, perdoar é necessário! Faz bem pra quem perdoa e pra quem é perdoado! Se Deus que é Deus perdoa, quem somos nós para não perdoarmos? Acho que a intensidade de relacionamento com Deus também influencia na hora do perdão. Se está em um período de vida diária com Ele, buscando, orando, meditando na Palavra, talvez seja mais fácil perdoar. Mas se não está com essa intensidade, daí complica um pouco mais... no meu caso, confesso que não estou no momento de intensidade. 
   E você? Como anda essa história de perdão na sua vida?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cadê o Espírito Santo que tava aqui?

   Primeiro quero dizer que o post é grande, mas que se tiverem paciência leiam até o fim... quero parceiros comigo aqui!

   A questão é que minha mãe se converteu quando eu tinha dois anos de idade. Sabe aquele pessoal, daquela religião que vão aos domingos de porta em porta ler a Bíblia para as pessoas? Então eles estavam lendo a Bíblia para a minha vó ("ex" sogra da minha mãe) e ela ficava ali perto escutando e foi se interessando pelo assunto. O meu tio (irmão dela) na época estava namorando uma moça  de uma igreja evangélica tradicional e estava frequentando a igreja também. Essa moça então começou a estudar a Bíblia com a minha mãe e foi assim seu processo de conversão...
   Desde então eu comecei a frequentar duas igrejas: bem cedinho eu ia à missa com meu pai e em seguida ia para a Escola Dominical com a mamys. E conforme eu fui crescendo e tendo opinião própria comecei a ir à igreja só com a mamys.
    E ali naquela igreja fui crescendo. Não frequentava as aulinhas para crianças, tinha muita vergonha, muita mesmo! Mas ficava ali na sala de jovens com a minha mãe e gostava, apesar de não entender muito. O tempo passou, chegou a adolescência e fiz uma amizade dentro da igreja (acho que a pior que poderia ter feito, rs) mas com o tempo fui conhecendo os outros adolescentes e acabei me enturmando.
   Então fui ao meu primeiro retiro de carnaval. Assustei quando vi as pessoas se mexendo um pouco mais que o normal durante o louvor e batendo palma com muito mais entusiasmo do que na igreja. Fiquei chocada pensando "pode fazer isso?" Podia... ali podia... na igreja não! 
   Um dia então fui a um acampamento de uma igreja pentecostal, ali na minha cidade mesmo. Ai sim fiquei espantada...  o povo dançava durante o louvor, cantava, ria... e nas orações eles falavam de um jeito diferente que não dava pra entender! Pensei comigo "meu Jesus o-capeta-está-aqui"! rs... e bom... hoje penso que deveria estar mesmo...
   O tempo passou, meus pais se separaram e tive meu momento Maysa.... meu mundo caiu! Primeiro minha irmã saiu da igreja, depois minha mãe... só faltava eu. O que me prendia era que eu cantava e tocava no louvor. Primeiro saí do louvor... em seguida falte um sábado... um domingo.. enfim... todos os sábados e domingos. Novas amizades vieram... bem mais interessantes e divertidas por sinal...
   Começaram as saídas a noite, baladinhas de leve... nada absurdo. Enquanto isso na igreja as pessoas falavam mal de mim, engraçado que não me lembro de receber ligações ou visitas querendo saber como eu estava após o baque do divórcio dos meus pais... só ficava sabendo mesmo que diziam que eu estava perdida...
   Foram dois anos de "perdição". Só um comentário... nada de absuuuurdo aconteceu, não fumei, não bebi, não cheirei... só uns "pegas de leve" como diz uma amiga minha... nada mais normal, já que era uma adolescente né... E dois anos se passaram... um ou dois estragos mais marcantes pelo caminho... um deles... um pedófilo que se tornou "meu amigo" pela net... na época a palavra pedófilo não era conhecida... só fui descobrir o que estava acontecendo alguns anos depois...
   E então novas amizades... meninas de outra igreja tradicional. E que amizades... estão aqui no coração até hoje! Investiram na minha vida, falaram de Deus de um jeito mais profundo e que mexeu comigo. Decidi que precisava mudar... precisava voltar pra Deus. E voltei, um pé cá outro lá... até que em outro acampamento de outra igreja estava eu lá durante o louvor vendo todos cantando, dançando e agora pasmem... até pulando!!! Mas dessa vez não achei que o capeta estava ali... achei que as pessoas estavam realmente felizes... sentindo algo especial. Bateu uma tristeza porque eu não sentia o que elas sentiam. Chorei até desidratar! Uma das minhas amigas me perguntou "Rê, por que voce tá chorando? Não tá sentindo o Espírito Santo?" Não... eu não sentia o Espírito Santo... e decidi que queria sentir... Quando o pastor perguntou "quem quer ser batizado pelo Espírito Santo essa noite?" levantei a mão sem nem olhar para os lados para ver se alguém levantava primeiro... e então ele disse "venham aqui na frente que vou orar por vocês"...eu fui... caminhando firme, decidida. Queria uma mudança na minha vida! 
   O pastor disse fechem os olhos e vamos orar. Eu fechei bem apertado! Mas daí ele disse "você aí, abra os olhos". Um negócio acontecia dentro de mim, meu estômago parecia que ía sair pela boca e com muita certeza eu abri os olhos que deram de cara com o dedo do pastor apontando pra mim e dizendo "A partir de hoje sua vida está sendo renovada, os nós do seu coração estão sendo desfeitos, uma nova vida irá começar pra você..." (nessa parte eu sempre me emociono) e bom... aconteceram algumas coisas que eu deixo pra contar pra quem quiser saber e pra quem realmente acredita em Deus!
   Enfim, a partir desse dia eu fiquei incomodada com a minha vida. Sentia que era pouco o que estava vivendo... queria mais... mas queria com Deus. Uma reviravolta aconteceu. Fui fazer um curso de treinamento e discipulado numa cidadezinha no interior de São Paulo. Tive aulas que revelavam muito de Deus... e então eu me converti! Sim... conheci um Deus que as igrejas não tinham me apresentado. Um Deus que é pai, que é mãe, que perdoa, que é amigo, que consola... mais principalmente conheci um Deus que é puro amor!
   Foram cinco meses de vida intensa buscando e conhecendo Deus! Um tratamento de choque. O que aquele pastor me disse naquela noite estava acontecendo...
   Bom... daí várias e várias coisas aconteceram após esses cinco meses, mas não dá pra ficar contando tudo em um post, até porque esse já está bem longo. Mas tudo isso foi para chegar ao propósito desse blog! 
   Aqui eu quero falar dos altos e baixos que nós cristãos temos ao longo da nossa caminhada com (e sem) Deus. Quero saber cadê o Espírito Santo que tava aqui dentro de mim? E quero falar de um jeito sincero, aberto... quero encontrar pessoas com questionamentos parecidos e conversar sobre isso. E por que eu quero isso? Por que eu não quero desistir nunca... mesmo quando as forças parecem estar se acabando...