segunda-feira, 11 de julho de 2011

Tô aqui pra você sempre... (sempre?)

Perguntar a alguém "como vai você?" ou "tudo bem?"é algo tão comum em nosso dia a dia, que na maioria das vezes a pergunta só vem para complementar o "oi". Quando passamos por um conhecido na rua e dizemos "oi, tudo bem?", a pressa é tanta que nem dá pra ouvir a resposta. Mas e na rede quando conversamos com amigos via msn, facebook, twitter e todas as outras coisas do tipo, quando perguntamos "oi, td bem?" a um amigo, será que realmente queremos saber como ele está? Será que estamos dispostos (e com tempo) para "ouvi-lo?"

Tempo... tá aí um negócio que tá todo mundo sem não é? Eu não estou trabalhando, então na verdade tenho bastante tempo livre e talvez seja por isso que me sinta tão carente, mas a verdade é que o que mais tenho ouvido de amigos é "tá tão corrido... mas tô aqui sempre". A questão é, ou melhor as questões são... quão verdadeira é esta afirmação e quão prático é a extensão "mas tô aqui sempre"? Se a pessoa está "ali" mesmo, tá tão corrido assim que não tá dando nem para parar e escutar a resposta do "oi, tudo bem?" assim como fazemos com o conhecido que esbarramos na rua? No momento estou com meu tempo livre, mas será que quando meus dias estiverem cheios e "tão corridos" como dos meus amigos eu vou parar para ouvir a resposta do "oi, tudo bem?" de quem futuramente possa estar como estou hoje?

Ontem postei no face que preciso de intercessores e recebi uma mensagem perguntando o que que estava pegando e não foi simplesmente o tal do "oi, tudo bem?" e muito menos um "que que tá pegando?" só pra querer saber da minha vida de pura curiosidade (isso rola muito também). Foi uma pergunta sincera que dizia nas entrelinhas "eu quero saber pra tentar te ajudar de alguma maneira" e veio de alguém inesperado e alguém que eu sei que tem uma vida corrida e com bastante compromissos, mas que teve tempo e principalmente, sensibilidade de me perguntar "o que tá pegando?" E foi essa simples atitude que me fez cair no choro e me sentir querida e lembrada! Eu respondi bem rápido à pessoa que me fez a pergunta e contei de modo resumido o que tá pegando e rápido também veio a resposta de que essa pessoa iria estar comigo em oração de forma prática e real.

Putz, quer sensação melhor do que precisar de atenção e receber pra valer? Só a pergunta em si já havia me feito bem e a tréplica me deu esperança! Esperança na vida, esperança nas pessoas... esperança... uma coisa que nos abate quando estamos sem! E essa mesma atenção que eu ganhei ontem me fez pensar tudo isso que você está lendo aqui. Me fez refletir sobre em quantos "oi, tudo bem?" eu já perguntei aos meus amigos sem no fundo querer mesmo saber como estão. Quantos "tá tão corrido, mas tô aqui sempre" eu já usei como desculpa pra fugir da minha responsabilidade de amor com o próximo (muitas vezes nem tão próximo assim)? Quantos amigos tratei, ou tenho tratado como simples conhecidos que encontro pela rua?

Precisamos de profundidade nos relacionamentos. E estamos correndo pra quê? Por quê? De quê? De quem? Onde é que vai dar tanta correria? Qual o propósito?

Tô pensando em caminhar ao invés de correr...